sábado, 30 de maio de 2009

A versátil sapota-branca

Nas montanhas do México e da Guatemala, cresce um fruto nativo digno de muito mérito, o "zapote blanco".

Sua denominação vulgar deriva do azteca "tzapotl", termo que também designa outras frutas pertencentes a três famílias diferentes: Sapotaceae, Ebenaceae e Rutaceae. Em comum, têm apenas a excelente qualidade das respectivas polpas, tenras e doces.

São exemplos o sapoti (Manilkara zapota) ("chicozapote"), o mamei (Pouteria sapota) ("mamey zapote"), a sapota-preta (Diospyros digyna ("zapote negro"), além evidentemente de nossa eleita para o post de hoje.

A sapota-branca (Casimiroa edulis) é uma rutácea, a ampla família botânica que inclui a laranja, o limão e o vampi (Clausena lansium). Possui casca finíssima, polpa muito macia, sem fibras e suculenta, desprovida de acidez (27% de açúcares, sendo também rica em vitaminas A e C). Comparo aqueles atributos físicos aos do mamão (Carica papaya). Seu sabor, porém, é mais doce que o daquele e, na minha opinião, também superior. Alguns autores o comparam ao "das melhores pêras".

Para melhor apreciar seu paladar, sugiro saboreá-la gelada e cortada em metades, comida às colheradas. Deve-se ter o cuidado de evitar a porção de "carne" muito próxima à parte externa, que possui um gosto aromático similar ao de casca de laranja. Algumas pessoas apreciam adicionar algumas gotas de limão, para dar um toque de acidez.

De dimensões (ca. 7-8 cm de diâmetro) e formato equivalentes aos de um caqui, C. edulis possui relativamente poucas sementes (1-5, dependendo da variedade), que se destacam facilmente da parte comestível. Via de regra, são amarelo-esverdeadas por fora, e de tonalidade amarela bem clara em seu interior.

Uma importante característica que imediatamente a separa de seus parentes cítricos, é a presença de uma substância chamada casimirosina (nas folhas, tronco e sementes), cujas propriedades incluem o poder de baixar a pressão sanguínea.

Em sua região de origem, a sapota-branca é cultivada em altitudes de 600 até 1000 m, onde é muito empregada para o sombreamento de plantações de café.

Adaptou-se bem a regiões frias espalhadas pelo mundo, como a Califórnia nos EUA, e La Mortola, no sul da Itália. Aqui no Brasil, vai muito bem em climas bastante diversos, tanto os mais frios como os da Região Sul e montanhas do Sudeste, quanto os mais quentes tais quais Rio de Janeiro e Espírito Santo ao nível do mar.

Provei frutos produzidos em Silva Jardim e em Quissamã, ambos no litoral norte fluminense, que são absolutamente deliciosos, mostrando a grande versatilidade desta espécie. A sapoteira-branca produz tão bem nestes locais, que mais parece tropical. Não me surpreenderia com notícias de plena adaptação às regiões Norte e Nordeste, muito embora desconheça se já tenha sido testada por aquelas bandas.

Para cultivá-la com sucesso, deve-se proporcionar-lhe um solo bem drenado e adubado, e bastante irrigação na fase juvenil. Quando adulta, é deveras resistente à seca. Uma técnica recomendada é podar o ramo terminal a uma altura de um metro do solo, para que inicie o lançamento de ramos laterais, facilitando futuras colheitas. Seu crescimento é relativamente rápido em climas tropicais, e um pouco mais lento nas regiões mais frias. Pode-se estimar em 5-7 anos o tempo para que inicie a produção.

Para saber mais:
http://www.e-jardim.com/produto_completo.asp?IDProduto=281

3 comentários:

Anderson Porto disse...

Parabéns - mesmo! - pelo Blog, Eduardo. Adicionei aos meus favoritos. Tudo de bom!
Anderson Porto

Eduardo Jardim disse...

Olá Anderson!
Muito obrigado pela visita, vc também pode ser um seguidor do blog clicando no canto superior direito da página.
Grande abraço e td de bom p vc também!

Anderson Porto disse...

Já me tornei seguidor sim. Sempre que possível irei visitar o espaço. Aproveito para convidá-lo a conhecer o Fórum TSP.

Abraços!