domingo, 7 de junho de 2009

Azul nos trópicos

O camarão-azul (Eranthemum pulchellum) é um dos poucos arbustos que proporcionam abundantes flores de coloração azul-genciana em regiões tropicais

A família Acanthaceae inclui alguns dos mais belos arbustos floríferos do mundo. São plantas de rápido crescimento, em geral rústicas, e que se prestam de forma admirável para cultivo em canteiros, bordaduras ao longo de muros e mesmo como pontos de destaque em jardins.
Tome-se o exemplo dos onipresentes "camarões-de-jardim", Justicia brandegeana (camarão-vermelho) e Pachystachys lutea (camarão-amarelo), tão usados pelos paisagistas hoje em dia. Cores vibrantes, como as precedentes vermelha e amarela, são lugares comuns em climas quentes. Nestas condições, há uma recorrente dificuldade em encontrar-se elementos no tom azul. Nosso post de hoje destaca uma honrosa exceção, o camarão-azul.
Esta espécie de singular beleza foi descrita em 1797 por um botânico inglês de nome Henry Charles Andrews. Com habilidades múltiplas que incluíam talento botânico e dom artístico, e recém-casado com a filha de um famoso viveirista em Hammersmith (subúrbio de Londres), Andrews iniciou a publicação de uma excelente obra em dez volumes intitulada "The botanist's repository for new and rare plants".
Na prancha 86 desta coleção, apresentou um belo desenho (infelizmente em preto-e-branco) e a descrição científica do que chamou, respectivamente em latim e inglês, de Eranthemum pulchellum e "Blue-flowered Eranthemum".
Logo a seguir, o autor esclarece a origem da planta. Ela provinha de sementes colhidas e enviadas por William Roxburg (1751-1815), que ficaria alcunhado como o "pai da botânica na Índia". De fato, a localidade típica é citada como "a costa de Coromandel", localizada no sudeste daquele país, à época sob domínio inglês.
Andrews examinou exemplares crescidos na Europa, mais especificamente na estufa quente do Real Jardim Botânico de Kew, e no viveiro de seu sogro. Também previu uma futura popularidade para a espécie, no que acertou em cheio.
A fotografia que abre estas linhas foi tirada esta semana aqui no E-jardim. De fácil manutenção e rápido crescimento, este arbusto aprecia solos com bastante matéria orgânica e pode ser cultivado a pleno sol ou meia sombra. Deve ser mantido sempre bem irrigado (sem encharcamento), como é regra para as acantáceas. A recompensa vem sob a forma de lindas flores tubulares azuis, dispostas em numerosos cachos.
Forte abraço!
Mudas disponíveis em:

2 comentários:

Anônimo disse...

Uma planta rara tem que ser bem cuidada, tem que ter um bom jardim e um bom ardineiro.

Parabens pelo Jardim/BLOG

Eduardo Jardim disse...

Obrigado pelo comentário, e pelos parabéns em relação ao Blog!