Passando antes por meia dúzia de olarias, sempre associadas ao desmatamento, chegamos finalmente a uma pequena mata em processo de degradação. Das árvores maiores só se viam os troncos decepados, e pilhas de madeira pronta para ser transformada em carvão. A foto que abre o post do dia 18/01 ilustra bem o fato.
No interior dessa matinha, havia duas jabuticabeiras produtoras de frutos que nunca ficam escuros, mesmo na plena maturação. A impressão das nervuras, tamanho e formato das folhas, além do porte reduzido e coloração marrom-acinzentada do tronco não deixavam dúvidas quanto à sua identidade: Myrciaria aureana, a verdadeira jabuticaba-branca.
Alguns moradores mais antigos nos relataram que ocasionalmente andavam pela mata para colher seus saborosos frutos. Porém as novas gerações, acostumadas às "facilidades" da vida moderna, não demonstram o menor interesse pelas "frutas do mato".
O mesmo se repete em outros locais onde já encontramos a jabuticaba-branca em estado silvestre. Muito raramente algum lavrador a cultiva em quintais. Só mesmo algum teimoso ou saudosista do tempo em que a Mata Atlâtica andava menos debilitada.
É a triste situação da jabuticabeira-branca. Não fosse pela abnegação de valorosos horticultores, espalhados por esse imenso país e alcunhados de "colecionadores de frutas", Myrciaria aureana já teria se juntado a tantas outras espécies já extintas.
Forte abraço!
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário