quarta-feira, 18 de junho de 2008

Frutíferas em vasos (1) - introdução

Diversas pessoas me perguntam se é viável manter espécies frutíferas em vasos. Respondo que não somente é possível, como também muito divertido e saboroso! De fato, a população brasileira se aglomera cada vez mais nas grandes cidades, mas nem por isso diminui a vontade de estar em contato com a Natureza. Pelo contrário, existe quase uma necessidade de trazer um pedacinho dela para dentro de casa. Nada mais lógico que cultivar plantas em espaços reduzidos, inclusive aquelas que produzem frutos comestíveis!

A lista é enorme, como se verá a seguir. As finalidades, as mais diversas. Ornamentar quintais, varandas e entornos de piscinas. Encher de cores e aromas nossas vidas. Atrair pequenos pássaros frugívoros, fazer a alegria da criançada e até dos marmanjos. Mas como fazê-lo de maneira adequada?

Há algumas regras gerais, que devem ser seguidas para todas frutíferas. Outras mais específicas dizem respeito a diferentes exigências de substrato, drenagem e iluminação. Vamos por partes.

Para plantas menores, que atingem um metro ou menos de altura, vasos de cerca de 30 litros são suficientes. Árvores médias, que atingem aproximadamente dois metros, adaptam-se bem a recipientes entre 40 e 50 litros. Este é o caso do cajá-manga-anão (Spondias dulcis) ilustrado logo acima. Para variedades maiores, como a lichieira (produzida por alporquia), eu recomendo vasilhames a partir de 60 litros.

De fundamental importância é um substrato com boa textura e bem adubado. Sugiro a fórmula apresentada em nosso site (www.e-jardim.com), no link “dicas para cultivo”. Além disso, o fundo do vaso deve conter uma pequena camada de pedra britada envolta em geotêxtil (existem várias marcas no mercado), para melhorar a drenagem. Frutíferas anãs nativas do Cerrado (pêra-do-campo, fruta-de-tatu, guabiroba-do-campo, mama-cadela, pitanga-do-cerrado, jabuticaba-anã, etc.) exigem um cuidado adicional: pouquíssimas regas no inverno, pois não toleram a combinação baixas temperaturas + umidade nas raízes.

Há que se cuidar da nutrição com bastante zelo, pois em espaço limitado os nutrientes esgotam-se com maior rapidez. Uma excelente opção é a aplicação de adubos de liberação controlada (como o Osmocote®), que vai desprendendo lentamente os nutrientes, dentro de seu prazo de validade (de três a nove meses). Fertilizantes de aplicação foliar também podem ser de grande utilidade. De uma maneira geral, plantas com deficiências nutricionais apresentam sintomas bem evidentes, como regiões amareladas nas folhas (para maiores detalhes, entre na Comunidade “Nutrição Mineral de Plantas” do Orkut [http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=13399366] e tire suas dúvidas). Por último, cubra a superfície do substrato com uma pequena camada de aparas de madeira (fáceis de serem obtidas em serrarias) ou casca de pinus, para conservar a umidade.

Outro cuidado fundamental é o controle de pragas e doenças como fungos, cochonilhas e insetos que atacam as folhas. Faça inspeções regulares para certificar-se de que tudo vai bem.

Devemos observar as necessidades individuais de luminosidade para cada frutífera. Mesmo as que necessitam de sol pleno, devem ser lentamente adaptadas a uma maior exposição solar a partir de seu plantio. Explico esta transição em nosso site, também no link “dicas para cultivo”. Internautas com dúvidas, podem nos consultar diretamente.

Finalmente, indico uma poda de raízes a cada quatro ou cinco anos, em média, obviamente variando de acordo com o vigor de crescimento. O controle da parte aérea também pode ser feito, para limitar a altura ou eliminar ramos indesejáveis.

No próximo post, discutirei uma lista com as melhores frutíferas para vasos.

10 comentários:

Haroldo Junior disse...

Ola meu amigo Eduardo, realmente achei lindo aquele pé-de-cajá no vaso cheio de frutos. Muito interessante. Já plantei a Grumixama Anã que comprei contigo em um enorme vaso assim como o Fruto-do-sabiá. Em breve vou atrair passarinhos inclusive em meu terraço. Você poderia colocar mais fotos de frutíferas em vasos produzindo? De preferência de clientes que compraram no e-jardim. Quando a minha grumixama começar a produzir, enviarei as fotos para você. Parabéns pelo seu trabalho

Eduardo Jardim disse...

Olá Haroldo!
Atendendo à sua sugestão, sempre que possível postarei imagens de frutíferas produzindo em vasos.
Boa sorte com a grumixama-anã!

Mimirabolante disse...

Oi.....gostei muito do seu Blog........não tenho nenhuma frutífera em vaso.....acho que vou tentar.....abraços,Monique

dohler disse...

Amei a idéia do pé de cajá anão cultivado no vaso. Em breve vou conseguir um desse.. Depois colocarei foto. Obrigada pela dicas excelentes

Unknown disse...

Muito Obrigado realmente me ajudou muito !!! agora posso ter pé de frutos em pequeno espaço !!!

antonio carlos disse...

EDUARDO , PODERIA ME AJUDAR NUMAS DUVIDAS? POSSO PLANTAR POUCAM COMUM EM UM VASO?AINDA TENHO MUITAS DUVIDAS SE POSSO PLANTAR QUALQUER MUDA OU SE TEM QUE SER PEQUENO PORTE..

antonio carlos disse...

EDUARDO , PODERIA ME AJUDAR NUMAS DUVIDAS? POSSO PLANTAR POUCAM COMUM EM UM VASO?AINDA TENHO MUITAS DUVIDAS SE POSSO PLANTAR QUALQUER MUDA OU SE TEM QUE SER PEQUENO PORTE..

Eduardo Jardim disse...

Olá Antonio!
Vc pode, sim, plantar tangerina "Ponkan" em um vaso. O ideal é começar com uma muda de pequeno porte, cultivando-a em um vaso de 50 litros. Use a fórmula de adubação que está em nosso site, www.e-jardim.com, no link "dicas para cultivo". Conforme a planta cresça (com o passar dos anos), vc precisará renovar o substrato e fazer podas (aérea e de raízes). É uma técnica parecida com bonsaísmo, só que adaptada para plantas grandes. Procure estudar um pouco sobre bonsai.

Anônimo disse...

Ingrid Lima
Olá, tenho um pé de caja-manga anão, ele ainda é novo as frutas estão começando a crescer, começou a aparecer umas bolhas, manchas pretas nos galhinhos e no caule, isso é algum tipo de praga? Voce poderia me ajudar?

Eduardo Jardim disse...

Olá Ingrid. Pela descrição, parece ser uma infestação de cochonilhas. Sugiro levar uma pequena lasca da área afetada a um agrônomo ou loja de produtos agrícolas, para confirmação e/ou prescrição de tratamento.