Excluindo as originárias do Cerrado e o gênero Psidium (araçás e goiabas), são todas plantas que adoram umidade. Um conhecido nosso, em alusão aos termos anglófonos alcoholic (alcoólatra) e workaholic (viciado em trabalho), criou o neologismo wateraholic (viciadas em água) para designá-las. Portanto, meus amigos, mantenham o substrato de suas mirtáceas com um bom teor de umidade, mas sem encharcamento (o que elas definitivamente não gostam).
A seguir, enumero alguns dos melhores vegetais desta família para cultivo em recipientes de 30 a 50 litros:
- araçás: incluem basicamente todas as espécies do gênero Psidium (menos a goiaba). Indico o aracá-pêra (Psidium acutangulum) que já foi tema de três posts neste blog, o araçá-jamelão (Psidium sp., veja-o em nosso site www.e-jardim.com), o popular araçá-morango (Psidium cattleianum) e o araçá-ovelha (Psidium oligospermum), arvoreta nativa da Região Nordeste, e que produz frutos amarelos e muito doces. Ótimo também é o Psidium oblongatum, um quase desconhecido araçazeiro da Mata Atlântica que produz frutos enormes, semelhantes ao araçá-pêra.
- cabeluda (Myrciaria glazioviana): arbusto muito decorativo, produtor de frutos amarelos e pilosos, assemelhados a uma jabuticaba. O sabor é muito doce e agradável. Frutifica em pouco tempo após o plantio. No E-jardim produzimos mudas de uma variedade de frutos grandes (3,0 cm), conhecida como “cabeludão”.
- dentre as mais de 20 formas ou espécies de jabuticabeiras, recomendo quatro como ideais para vasos: a branca (Myrciaria aureana), a precoce ou híbrida (M. x cauliflora), a capirinha (forma arbustiva de M. jaboticaba) e a anã-do-cerrado (Myrciaria ou Plinia nana). Em nosso site apresentamos fotos e informações sobre o quarteto.
- eugênias nativas do Cerrado: a pêra-do-campo (E. klotzschiana), a pitanga-do-cerrado (E. pitanga), a cerrejeira-de-folhas-finíssimas (E. angustissima) são ótimas para vasos, desde que o substrato seja muito bem drenado, e se evite irrigá-las durante os meses mais frios. A cagaita (E. dysenterica) é uma árvore maior, e deve ser acondicionada em recipientes a partir de 60 litros.
- eugênias: um grupo bastante diverso, que já foi objeto de post anterior. São tantas as indicadas, que fica difícil não esquecer de alguma. Tentemos: araçá-boi ou rainha-das-eugênias (Eugenia stipitata), pitanga (E. uniflora), pitanga-negra-selvagem (E. sulcata), grumixama-anã (E. itaguahiensis), pitomba-da-baía (E. luschnathiana) [apresentada na foto que ilustra este post], pitangatuba (E. neonitida) [na minha opinião a melhor para o entorno de piscinas], uvaia (E. pyriformis), princesinha-de-copacabana (E. copacabanensis), cambucá-preto (E. macrosperma), pitanguinha-de-mattos (E. mattosii), cereja-do-cerrado (E. punicifolia), cereja-da-austrália (E. reinwardtiana), cereja-da-várzea (forma arbustiva de E. involucrata), etc.
- feijoa (Acca sellowiana): pequena árvore muito ornamental, seja pelas folhas com textura de cartolina (cartáceas), prateadas no verso, seja pelas lindas flores (comestíveis e bem doces!) de pétalas brancas e estames carmesins. Os frutos parecem uma goiaba, só que de sabor infinitamente superior, muito mais suculento e com fortes aromas de abacaxi. Produzimos mudas da cultivar “Helena”, de grandes dimensões (240 g) e de excepcional sabor. Desenvolve-se melhor em climas mais frios.
- goiaba (Psidium guajava): recomendamos a goiaba-roxa (veja detalhes em nosso site).
- jambo-branco (Syzygium aqueum): contrariamente ao jambo-vermelho (Syzygium malaccense), possui pequeno porte, e por esta razão o indicamos.
Forte abraço e bom cultivo!