No dia 22/11/2008, dedicamos este espaço ao grande paisagista e botânico Auguste Glaziou, que viveu no Brasil durante o período 1858-1897. Mencionamos sua insuperável capacidade de descobrir e introduzir em cultivo raros exemplares da Flora Brasileira. A quem estiver interessado em conhecer um pouco mais da vida deste notável francês, recomendamos a leitura da obra do Prof. Carlos Terra (Terra, C. G. 2000. O jardim no Brasil do século XIX: Glaziou revisitado. Rio de Janeiro, UFRJ/Escola de Belas Artes. 166 p.).
Uma das descobertas mais enigmáticas do paisagista data do dia 8 de julho de 1891, portanto há quase 118 anos atrás. Entre as localidades de Sete Pontes e Barreto (atual área urbana de Niterói/RJ), foi colhido um ramo florífero de uma árvore frutífera nativa da restinga, conhecida pelo nome indígena de guaquica.
Tomando como base o exemplar herborizado por Glaziou, o especialista em mirtáceas Kiaerskou descreveu-o como uma nova espécie, batizada de Eugenia guaquiea. Note-se o erro de datilografia cometido na latinização do vernáculo popular, ao trocar-se a letra "c" pela "e".
Atualmente, a guaquica foi transferida do gênero Eugenia para Myrciaria, onde se encaixa melhor. Ela integra um seleto grupo de deliciosas (e doces!) mirtáceas: a conhecida cabeludinha (Myrciaria glazioviana), o cambucá-da-praia (Myrciaria strigipes) e a (ainda) misteriosa cabeluda-vermelha (Myrciaria glomerata). Todas são arbustos de troncos múltiplos, com casca fissurada, e folhas lisas na face superior e aveludadas na inferior.
Contudo, excetuando-se a cabeluda, são plantas raríssimas, praticamente desconhecidas em cultivo. Muito embora referências históricas as reputem como frutas de ótimo potencial.
Disposto a resgatar a guaquica da obscuridade, convidei o colecionador de frutas Carlos Velazco a participar da empreitada. Radicado em Niterói (RJ), o fruticultor conhecia os lugarejos Sete Pontes e Barreto. São bairros da cidade, hoje completamente urbanizados, infelizmente sem que nada da vegetação original tenha sobrado.
Passamos então a pesquisar áreas de restinga um pouco mais ao norte. De tanto insistirmos, um belo dia acabamos conhecendo uma comunidade caiçara que havia preservado as frutas nativas praianas. Na verdade, foi uma grande surpresa!
Uma das descobertas mais enigmáticas do paisagista data do dia 8 de julho de 1891, portanto há quase 118 anos atrás. Entre as localidades de Sete Pontes e Barreto (atual área urbana de Niterói/RJ), foi colhido um ramo florífero de uma árvore frutífera nativa da restinga, conhecida pelo nome indígena de guaquica.
Tomando como base o exemplar herborizado por Glaziou, o especialista em mirtáceas Kiaerskou descreveu-o como uma nova espécie, batizada de Eugenia guaquiea. Note-se o erro de datilografia cometido na latinização do vernáculo popular, ao trocar-se a letra "c" pela "e".
Atualmente, a guaquica foi transferida do gênero Eugenia para Myrciaria, onde se encaixa melhor. Ela integra um seleto grupo de deliciosas (e doces!) mirtáceas: a conhecida cabeludinha (Myrciaria glazioviana), o cambucá-da-praia (Myrciaria strigipes) e a (ainda) misteriosa cabeluda-vermelha (Myrciaria glomerata). Todas são arbustos de troncos múltiplos, com casca fissurada, e folhas lisas na face superior e aveludadas na inferior.
Contudo, excetuando-se a cabeluda, são plantas raríssimas, praticamente desconhecidas em cultivo. Muito embora referências históricas as reputem como frutas de ótimo potencial.
Disposto a resgatar a guaquica da obscuridade, convidei o colecionador de frutas Carlos Velazco a participar da empreitada. Radicado em Niterói (RJ), o fruticultor conhecia os lugarejos Sete Pontes e Barreto. São bairros da cidade, hoje completamente urbanizados, infelizmente sem que nada da vegetação original tenha sobrado.
Passamos então a pesquisar áreas de restinga um pouco mais ao norte. De tanto insistirmos, um belo dia acabamos conhecendo uma comunidade caiçara que havia preservado as frutas nativas praianas. Na verdade, foi uma grande surpresa!