sábado, 1 de novembro de 2014

Frutificando a longana-de-fiji no Brasil

Primeiros frutos de Pometia pinnata, a deliciosa longana-de-fiji, colhidos nos pomares do E-jardim.
A primeira vez que ouvi falar na longana-de-fiji foi através da leitura do livro autobiográfico do mais famoso colecionador de frutas do mundo, o saudoso Bill Whitman, de quem já tratamos aqui neste blog:
http://e-jardim.blogspot.com.br/2008/09/sapota-do-solimes-quararibea-cordata.html

Whitman introduziu esta interessante sapindácea (família da lichia, longana, rambutã e pitomba-do-norte, entre outras) em seu pomar localizado em Bal Harbour, no sul da Flórida (EUA). Observou seu rápido crescimento, notabilizado pelo intenso fluxo vermelho da folhagem jovem, o que torna a planta muito ornamental. Registrou em sua obra a resistência da árvore a temperaturas em torno de zero Celsius durante dois dias, algo surpreendente por se tratar de espécie nativa da região tropical. E claro, anotou seu sabor doce e agradável, algo semelhante ao da longana ou olho-de-dragão (Dimocarpus longan).

Depois de muitas tentativas desalentadoras, haja vista que as sementes possuem curtíssima viabilidade após colhidas, finalmente consegui produzir três mudinhas de Pometia pinnata. Elas cresceram rapidamente, até que foram plantadas no local definitivo, ao final de 2011. Nos dois anos seguintes, um dos exemplares lançou numerosas flores, distribuídas em um mesmo eixo (raque).

Inflorescência da longana-de-fiji

Mas foi somente no início deste ano (2014), quando as três árvores floresceram simultaneamente, que os primeiros frutos se formaram. Eles cresceram lentamente, finalmente maturando em meados de julho. O ponto certo de colheita ocorre quando a casca, ao ser pressionada entre os dedos, se rompe facilmente, revelando a polpa translúcida. As primeiras longanas-de-fiji frutificadas no Brasil foram testadas entre vários amigos e aprovadas por todos!

Mais informações e mudas em:

http://e-jardim.com/produto_completo.asp?IDProduto=556

sábado, 5 de julho de 2014

Safra de araçás-bois no E-jardim

O texto anterior debruçou-se sobre a introdução do araçá-boi nos pomares brasileiros. O presente abordará o aproveitamento da nutritiva polpa, através de fotos tiradas na cozinha do E-jardim. A imagem abaixo mostra alguns frutos de Eugenia stipitata recém-colhidos e previamente lavados.
A foto a seguir demonstra como a casa é fina, facilmente removível com o auxílio de uma faca:
Em seguida, descascamos todos os frutos, retirando as pequenas e pouco numerosas sementes:
Depois medimos a mesma quantidade de polpa em água, e batemos no liquidificador:
Obteremos uma polpa concentrada, que pode ser congelada em pequenas garrafas plásticas. Para consumo, diluir a 50% em água, e adoçar a gosto. O resultado é um refresco altamente nutritivo (vide tabela publicada no post anterior) e que agrada a todos os paladares.

A Rainha das Eugênias

Acompanhe a trajetória de Eugenia stipitata, sensacional fruta amazônica














O botânico Rogers McVaugh (1909-2009) foi um dos mais longevos (e produtivos!) pesquisadores da família Myrtaceae, à qual pertencem frutas tão apreciadas quanto os araçás, as jabuticabas e as eugênias. No ano de 1956, época em que lecionava na Universidade de Michigan (EUA), publicou um trabalho descrevendo várias mirtáceas novas endêmicas da Amazônia Ocidental (McVaugh, R. 1956. Tropical American Myrtaceae: notes on generic concepts and description of previously unrecognized species. Fieldiana: Botany, 29(3): 145-228). Nas páginas 219-220, foi apresentada ao mundo científico Eugenia stipitata, uma arvoreta bastante singular, encontrada em duas populações naturais prontamente diferenciáveis e agrupadas em duas subespécies, E. stipitata ssp. stipitata e E. stipitata ssp. sororia. A distribuição natural apontada correspondia a áreas da Amazônia Ocidental, no triângulo fronteiriço Brasil-Peru-Colômbia.

Entretanto, o araçá-boi (nome aplicado no Brasil) ou arazá (termo peruano) só começou a se popularizar fora de seu berço natal a partir das décadas de 1980 e 1990, quando grupos de pesquisadores dos dois países passaram a selecionar variedades de características excepcionais. Dentre a subespécie sororia, escolheram exemplares de porte baixo (2-3 m), precoces (frutificando a partir dos 2 ou 3 anos de idade) e produtores de frutos enormes (300-600 gramas, com rendimento superior a 70% de polpa), de casca fina, amarelo-canário e levemente aveludada, muito aromáticos, de sabor acidulado e atraente.

Além de deliciosa sob a forma de sucos, drinques e geleias, a polpa do araçá-boi é altamente nutritiva, riquíssima em minerais e vitaminas. Transcrevemos (Villachica et al., 1996. Frutales y hortalizas promisorios de la Amazonia. Arazá (Eugenia stipitata): 25-32. Lima, 367 p.) uma tabela com os valores nutricionais por 100 gramas de massa:

Componente                                  Conteúdo (% massa seca)
Proteína                                         5,0 a 10,9
Carboidratos                                 70,0 a 80,6
Gorduras                                        0,5 a 3,8
Cinzas                                            0,5
Fibras                                             5,5 a 6,5
Pectina                                           3,4
Nitrogênio                                     1,31 a 1,75
Fósforo                                          0,09
Potássio                                        1,83 a 2,47
Cálcio                                            0,16 a 0,22
Magnésio                                     0,08 a 0,12
Vitamina A (mg % massa fresca)   7,75
Vitamina B1 (mg % massa fresca) 9,84
Vitamina C (mg % massa fresca)   7,7 a 74,0       

Vale salientar que o sabor desta fruta amazônica se assemelha ao de outras eugênias nativas da Mata Atlântica, como por exemplo a uvaia (Eugenia pyriformis) e a pitangatuba (Eugenia selloi, sinônimo E. neonitida). Entretanto, a o tamanho (e consequentemente o aproveitamento) do fruto é tremendamente superior no araçá-boi, elegendo esta espécie como a "Rainha das Eugênias". Mais informações e mudas disponíveis em:

http://e-jardim.com/produto_completo.asp?IDProduto=89
 
No post seguinte, mostraremos como preparamos e utilizamos a polpa aqui no E-jardim.

Forte abraço!

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Plantas em vasos de 25 litros - Brassiophoenix drymophloeoides


Brassiophoenix drymophloeoides em vaso 25 litros






















Detalhe da folhagem






















Estipe característica da espécie






















Plantas em vasos de 25 litros - Calyptrocalyx elegans

Calyptrocalyx elegans em vaso 25 litros
Pequena e bela palmeira de 2-3 m, de troncos múltiplos. Folhas normalmente bífidas, porém por vezes pinadas (nr. de pinas variável conforme a população natural original). As folhas jovens são vermelhas, muito atraentes.


Usos: Excepcionalmente bela em vasos para interiores, e também em pequenos espaços e jardins. Por apresentar inúmeras formas diferentes que possivelmente sejam novas espécies ainda não descritas (ex: Mara, Demah Kepah, etc.), é um importante item em uma boa coleção de palmeiras.
Cultivo: Solos ricos, drenados mas com boa capacidade de retenção de umidade, em climas tropicais ou subtropicais úmidos. Na fase jovem apreciam meia-sombra, porém quando crescidas podem ser colocadas a sol pleno.
Origem: Papua Nova Guiné
Detalhe da folha

Plantas em vasos de 25 litros - Calytrocalyx pachystachys

Calyptrocalyx pachystachys em vaso 25 litros
Palmeira monoica de tronco normalmente solitário, de pequeno porte (1,5 a 3 m), dotada de graciosas folhas de 40-60 cm de comprimento. Os folíolos são relativamente largos, e verde-escuros. As folhas jovens são intensamente vermelhas (ver fotos 1 e 2). Existe uma forma de folhas sarapintadas ("mottled" em inglês), bastante rara e muito bonita, na qual todos os folíolos possuem

Folha jovem, intensamente vermelha
inúmeras pintas de coloração mais escura (terceira imagem).

Usos: Um conjunto de C. pachystachys fica muito bonito formando bordadura de muros ou caminhos, ou quando plantado em orla de vegetação mais alta. Trata-se de uma excelente planta de vaso para interiores.

Cultivo: Meia-sombra em climas tropicais e subtropicais leves (mínimo 4 Celsius), protegida de geadas. Solos férteis e húmicos, com boa drenagem.

Origem: Floresta pluvial da Nova-Guiné, no sub-bosque.

A forma sarapintada (mottled), muito rara, tem as folhas pintadas de verde mais escuro

Plantas em vasos de 25 litros - Iguanura spectabilis

Iguanura spectabilis em vaso 25 litros
Palmeira monoica, de pequeno porte, de tronco reduzido (ca. 1,0-1,5 m), solitário ou ocasionalmente cespitoso, de aparência robusta. Suas folhas são bilobadas e cuneadas, de até 1,0 metro de comprimento por 35 cm de largura. Margens das mesmas dentadas e superfície com nervuras salientes (ver segunda foto). As folhas adultas verde-escuras contrastam
as folhas jovens são vermelho-acobreadas
fortemente com as jovens, róseo-avermelhadas.

Usos: Graças às folhas indivisas e grandes, tem grande efeito ornamental em jardins tropicais e quando utilizada em vasos, no interior de residências.

Cultivo: Por ser uma planta nativa de florestas pluviais, requer sombreamento de 50 a 75% e clima tropical ou subtropical ameno (temperatura mínima de 5 a 7 Celsius) e úmido. Solos férteis, ricos em húmus e com boa drenagem.

Origem: Nativa do Monte Hermitage, estado de Perak na Malásia.

Plantas em vasos de 25 litros - Drymophloeus oliviformis

Drymophloeus oliviformis, em vaso 25 litros
Palmeira de pequeno porte (2-3 m), de tronco solitário e dotada de largos e vistosos folíolos, sendo o último par destes unido (ver segunda foto). A folhagem é verde-brilhante, e o palmito é esverdeado com pintas amarelas (terceira imagem). Os frutos são vermelhos-escarlates e possuem o formato de olivas (azeitonas), razão do nome científico (oliviformis = forma de oliva).

Detalhe da folhagem
Usos: Nas mais diversas composições paisagísticas e jardins, desde que respeitadas as condições de cultivo. Excelente como planta de vaso, para interiores.

Cultivo: Deve ser plantada à meia-sombra, com proteção ao sol-pleno do meio-dia. Climas tropicais e subtropicais amenos (temperatura mínima de 4,5 a 7 Celsius),

Padrão de cor do estipe
ou protegida de geadas em locais mais frios. Apreciadora de umidade, requer um solo rico em húmus e bem drenado.

Origem: Descrita em 1792 como Areca olivaeformis, foi descoberta nas florestas da Ilha de Amboina, localizada no Arquipélago das Molucas (Indonésia). Sua distribuição natural inclui a Nova Guiné.

Plantas em vasos de 25 litros

Drymophloeus oliviformis em vaso 25 litros
No post de hoje, apresentamos a nova linha de plantas em vasos de 25 litros do E-jardim. Estes recipientes maiores permitem um desenvolvimento da massa radicular ainda mais vigoroso que nos vasos de 10 litros (vide texto publicado em 9 de junho de 2013:  Acelerando o crescimento das plantas). Além disso, o caule das mudas aumenta consideravelmente de diâmetro, melhor sustentando o ganho em altura.

Neste porte, as espécies oferecidas já estão prontas para serem plantadas no campo sem necessidade de prévia aclimatação, o que não ocorre com as de menores dimensões.

Beneficiar-se-ão do novo formato pessoas com mais urgência na floração, frutificação e efeito ornamental de nossos produtos. Em especial, saem ganhando os paisagistas, que receberão ítens com suas características já definidas.

Os leitores poderão observar que muitas variedades agora ofertadas não estão disponíveis em tamanhos menores (vasos 10 litros ou tubetes), por serem muito raras, de difícil desenvolvimento e/ou de recente introdução em cultivo.

Periodicamente, publicaremos uma lista de disponibilidade em nosso site (www.e-jardim.com), e imagens acompanhadas de informações neste Blog.

Aguardem!